Avanços Tecnológicos: O Papel do Exoesqueleto na Reabilitação Fisioterapêutica
Os exoesqueletos robóticos tem sido cada vez mais usado na área da fisioterapia e apresentam-se inúmeros benefícios na reabilitação de pessoas que sofrem de diferentes condições como AVC, lesões na medula espinhal, esclerose múltipla, lesão cerebral, fraqueza geral ou paralisia dos membros inferiores, a síndrome de Guillain-Barré ( condição adquirida que afeta o sistema nervoso; doença de natureza autoimune(grupo de doença onde o sistema imunológico ataca o próprio corpo) que acaba impactando nos nervos periféricos. Tendo como exemplo um estudo publicado pelo Journal of neuroengineering and rehabilitation mostra que o exoesqueleto no tratamento de pessoas que sofreram paralisia devido a lesão na medula espinha tem se obtido melhoria na macha e na estabilidade.
Patologias ligadas ao uso de exoesqueleto:
O acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado por um déficit neurológico focal resultante de lesão cerebral de natureza isquêmica ou hemorrágica. O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de natureza descritiva, que estabeleceu que os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: hipertensão, tabagismo, alcoolismo e fibrilação atrial. O acometimento mais comum é o tipo isquêmico, representando 80% dos casos, ocorrendo principalmente em pacientes adultos e idosos, com maior incidência após os 65 anos, dobrando a cada década após os 55 anos. Dormência da face e membros, confusão mental, desequilíbrio e alterações na marcha. O tratamento envolve trombólise e trombectomia, ambas guiadas por neuroimagem. Somado a isso, existe uma íntima relação entre a doença e os distúrbios do sono, incluindo parassonias, insônia e hipersonia. Além disso, os distúrbios do sono pós-AVC afetam a reabilitação e a qualidade de vida, aumentando a taxa de recorrência desta patologia.
Os AVCs são classificados como:
Isquêmicos (AVCi) ou Hemorrágicos (AVCh). O AVC isquêmico é causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial encefálico. Enquanto que o AVC hemorrágico é consequência de uma ruptura de estruturas vasculares cerebrais.
O AVC Isquêmico:
A origem do AVCi pode ser trombótica ou embólica. Nas situações em que não é possível determinar a causa do AVC isquêmico, mesmo após a investigação correta, ele é denominado de AVC criptogênico.
O que difere o AVC embólico do trombótico é a origem do trombo que ocasionou a obstrução. No AVC trombótico, o trombo é formado na própria artéria envolvida no AVC. Já no embólico ele é proveniente de outra região e se desloca pela circulação até impactar na artéria cerebral.
Pode ocorrer formação de um trombo em determinada artéria (carótidas, arco aórtico) e esse trombo é deslocado pelo fluxo sanguíneo até obstruir uma artéria cerebral de calibre menor. Ou pode ser do tipo cardioembólico, quando se formam trombos intracavitários devido algum prejuízo cardíaco, como fibrilação atrial, infarto agudo do miocárdio e cardiomiopatia dilatada.
A interrupção do fluxo sanguíneo priva neurônios, glia e células vasculares do oxigênio e glicose. Caso o fluxo sanguíneo não seja restaurado prontamente, ocorre a morte do tecido cerebral (infarto) dentro do núcleo isquêmico.
O padrão de morte celular depende da gravidade da isquemia. Em isquemias leves, a vulnerabilidade seletiva de algumas populações neuronais leva à perda somente dessas populações.
Numa isquemia grave, ocorre uma necrose neuronal seletiva, onde todos os neurônios morrem, mas as células gliais e vasculares são preservadas. Já numa isquemia completa e permanente, ocorre uma pan-necrose, onde todos os tipos celulares serão afetados.
Circundando o núcleo da região isquêmica, existe uma área chamada zona de penumbra, onde a isquemia é incompleta.
Outro fator envolvido na fisiopatologia do AVC é o edema cerebral. A isquemia leva ao edema vasogênico, quando o líquido intravascular extravasa para o parênquima cerebral. Esse edema costuma ocorrer alguns dias após o AVC e pode causar herniação cerebral e, consequentemente, ao óbito.
Além do edema vasogênico, pode ocorrer o edema citotóxico.
O AVC Hemorrágicos:
O AVCh interfere na função cerebral por meio de vários mecanismos, incluindo a destruição ou compressão do tecido cerebral e compressão de estruturas vasculares, levando a isquemia secundária e edema.
O AVCh pode se apresentar de 2 formas: Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP) e Hemorragia Subaracnóidea (HSA).
A hemorragia intraparenquimatosa é causada pela ruptura de pequenas artérias perfurantes, ocasionando sangramento dentro do parênquima cerebral, provocando um edema/inchaço nas estruturas locais que levará à lesão neurológica. O principal fator de risco associado aqui é a hipertensão arterial sistêmica.
Já a hemorragia subaracnóidea, normalmente está muito relacionada à ruptura de aneurismas e malformações arteriovenosas e acarreta em sangramento no espaço subaracnóideo. A vascularização do cérebro é suprida por 4 grandes artérias: as carótidas internas (responsáveis pela circulação anterior) e as vertebrais (responsáveis pela circulação posterior).
O que e um exoesqueleto:
Um exoesqueleto robótico é um dispositivo mecânico usado por um ser humano para determinados fins ou aplicações, Existem alguns tipos de exoesqueletos que são mais macios e que são usados no corpo, apoiados no esqueleto interno do ser humano. Desta forma, as forças dos atuadores acoplados podem ser transferidas para o corpo.
Um exoesqueleto é geralmente considerado como uma estrutura mecânica dura com articulações que permitem o movimento humano, em relação ao exoesqueletos, sua função está mais orientada para aumentar a força levantando pesos pesados com facilidade. Ajudar a melhorar a resistência física, seja caminhando por períodos mais longos de tempo ou executando tarefas pesadas por períodos mais longos de tempo. Outra área de utilização dos exoesqueletos é a militar, pois eles ajudam a reduzir a carga física dos soldados que busca ajudar na realização de tarefas de joelhos como atravessar terrenos difíceis. Acredita-se que estes exoesqueletos melhorarão a proteção e a carga física do soldado, mas também a carga cognitiva através do uso de sensores.
Tipos de exoesqueleto:
EKsoGT e o Rex Bionics: São exoesqueletos que tem o proposito de ajudar pacientes com paraplegia a recuperar 100% dos movimentos básicos dos membros inferiores, eles fornecem suporte para pacientes que estão em processo de reabilitação para reaprender a andar devido a algum tipo de lesão neurológicas ou ortopédicas; gerando benefícios como a reeducação e aumento da força dos músculos, estimula a neuroplasticidade do cérebro, melhora a amplitude de movimento e aumenta a circulação sanguínea. Assim eles permitem um maior número de repetições durante os exercícios o que acelera o processo de recuperação e facilita um retorno mais rápido as atividades cotidianas algo que parecia ser impossível para pacientes que obtinham essas condições.
BENEFÍCIOS E VANTAGENS DOS EXOESQUELETOS:
1. redução de esforços intensivo e repetitivo
2. auxilia no reestabelecimento da locomoção e melhora na mobilidade dos pacientes contribuindo pra maior independência funcional
3. a integração da inteligência artificial permite também a adaptação dos exoesqueletos as necessidades individuais de cada paciente, tornando o tratamento mais personalizado e eficaz.
DESVANTAGENS DO USO DE EXOESQUELETO:
1. alguns exoesqueletos precisam que o paciente utilize os membros superiores para suporte ou podem limitar sua utilidade para pacientes com deficiência grava no tronco.
2. o uso prolongado de exoesqueleto pode aumentar o risco de lesões nos membros superiores devido as forças adicionais exercidas.
3. alguns exoesqueletos podem apresentar limitações na mobilidade do usuário
4. custo e transporte
